terça-feira, 21 de julho de 2009

O Retorno

Bem,depois de um ano de ausência, está na hora de recomeçar.

131.
Além do outono, os poetas cantam
Uns poucos dias prosaicos,
Um tanto este lado da neve
E, da neblina, o outro lado –

Poucas manhãs incisivas –
Noites ascéticas, poucas –
Terminaram-se as dálias de Mr. Bryant –
E as medas de Mr. Thomson.

Aquietou-se o rumor no regato –
Fechadas estão as vagens de cheiro;
Dedos mesméricos tocam suaves
Os olhos de muitos elfos.

Talvez permaneça um esquilo,
Com quem partilhe minhas aflições –
Dá-me, Senhor, uma ensolarada mente
Para suportar teu desejo tormentoso!
E. Dickinson (Tradução de Ivo Bender)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O que será que será que andam combinando no breu das tocas?

"O inquérito policial tem natureza administrativa. São seus caracteres: ser escrito (art. 9o do CPP), sigiloso (art. 20 do CPP) e inquisitivo, já que nele não há o contraditório. É verdade que o inciso LV do art. 5o da CF dispõe que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados e, geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes". Nem por isso se pode dizer seja o inquérito contraditório. Primeiro, porque no inquérito não há acusado; segundo, porque não é processo. A expressão processo administrativo tem outro sentido, mesmo porque no inquérito não há litigante, e a Magna Carta fala dos "litigantes em processo judicial ou administrativo..." (Cf. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal, 2001, São Paulo: Editora Saraiva, p. 49)" Copiado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Inqu%C3%A9rito_policial

Se é assim, qual a razão disso:

"O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta sexta-feira o advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) a ter acesso à íntegra do inquérito da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que investigou crimes financeiros supostamente praticados pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity." Copiado de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u426369.shtml

Dá para entender?

domingo, 1 de junho de 2008

Outono

Conhecido por “outono”,
Ostenta um matiz sangüíneo;
Por sobre a colina, uma artéria,
Veias beirando o caminho.

Nas aléias, grandes glóbulos
E –oh!- o aguaceiro colorido
(Se os ventos entornam a cisterna
E a chuva escarlate é vertida)

Respinga os chapéus e forma
Poças rubras, lá embaixo;
Vai-se, então, qual rosa em torvelinho
Sobre rodas encarnadas.

Emily Dickinson - Tradução Ivo Bender

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Os Velhos da Minha Rua

Fátima Rosado - Natural de Coimbra, açoriana de coração, é professora aposentada do Ensino Superior Politécnico. Licenciada em Filosofia e Mestre em Pedagogia da Saúde foi directora da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.

Publicado: 2008-05-11 23:26:22 | Actualizado: 2008-05-11 23:26:22

Só por si, o facto de ir uns dias para os Açores, deixa-me feliz, muito feliz: já sinto o cheiro dos pastos cortados, já ouço o barulho do mar, perto da minha casa, já saboreio as Sopas do Espírito Santo e as comidas boas da Ilha. Já vejo os verdes das montanhas, as copas pontiagudas das criptomérias, as cores das azáleas e aquelas paisagens de beleza indescritíveis onde o azul das lagoas, reflecte as nuances do céu. Já sinto aquela sensação de prazer e de privilégio por estar ali, por receber os abraços carinhosos dos meus amigos, a alegria da minha vizinha Inês e os banhos da água quente, na Piscina das Furnas, os bolos lêvedos, a massa sovada e tudo, tudo. Por isso, gostava de escrever uma crónica alegre, ligeira, bem disposta. Mas, hoje, ao sair de casa, encontrei uma data de pessoas idosas, arrastando-se a caminho de não sei o quê. Portanto, hoje, não consigo tirar da minha cabeça, os velhos da minha rua.
Os velhos da minha rua, no dia que recebem a magra pensão, vão à farmácia comprar remédios imprescindíveis e à loja da esquina, buscar pequenos sacos, de poucas compras, porque a força é fraca, o dinheiro é pouco, a coluna é velha e caminham arrastando os pés, carregando nas mãos trémulas, pequenos sacos, que pesam muito.

Os velhos da minha rua, com medo de atravessar nas passadeiras, caminham trémulos, arrastando o corpo decrépito, com passinhos lentos, amparados em bengalas de cana e carregam nas mãos trémulas, enrugadas pelo tempo, pequenos sacos de poucas compras, equilibrando a frágil coluna, de muitos anos gastos.

Os velhos da minha rua, rostos de pergaminho amarrotado, cabelos brancos, ralos, não usam perfumes, calçam sapatos cambados, vestem casacos surrados e de boca aberta, respiram arfando, sugando o ar possível, para os pulmões já gastos e lançam-me olhares baços de cataratas antigas, através de óculos de lentes grossas.

Os velhos da minha rua, sentam-se em jardins de solidão e contam histórias heróicas, mirabolantes, que ninguém escuta, de passados distantes, de amores fugazes ou eternos e sem pressa, esperam os filhos, os netos, carinhos, a parca pensão, a visita de alguém. Esperam sempre: esperam por ti, esperam por mim, esperam o fim.

Copiado do site RTP Açores (http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?headline=12&visual=9&layout=17&tm=20)

terça-feira, 13 de maio de 2008

"A luz a si mesma se basta-
Se outros quiserem vê-la,
Nas vidraças a encontram
De dia, em certos momentos.

Mas não como compensação-
A luz dá seu brilho intenso
Aos esquilos do Himalaia,
Bem como a ti, igualmente."
E. Dickinson - Tradução de Ivo Bender

sábado, 10 de maio de 2008

"Baxt hai sastimos tiri patragi."

sexta-feira, 9 de maio de 2008

"Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,
aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."
Mário Quintana